Preto e branco até morrer

Quando o Botafogo E. C. de Três de Maio foi fundado eu tinha 7 anos de idade. Confesso que por ter nascido em uma família que sempre gostou de futebol, foi bem fácil gostar do Botafogo, também ajudado pelo fato dos meus tios fazerem parte do grupo de pessoas que fundou este clube e meu pai, Valentim Cassol, morador de Rocinha, além de gostar muito de futebol, participava também do Botafogo vindo assistir os jogos no Estádio Municipal e, muitas vezes a gente vinha junto. A partir dos 10 anos de idade vim estudar no Seminário Nossa Senhora de Fátima em Três de Maio e aí a frequência minha aos jogos do Botafogo começou a aumentar. O Botafogo começou a fazer parte da minha vida. Confesso que comecei a gostar mais de assistir e de jogar futebol, vendo o Botafogo jogar, principalmente os clássicos Botais. Para mim o Botafogo sempre foi uma família e era sempre uma alegria e uma honra ver em campo jogadores como Jorge, Pé de Aço, Tigrinho,Mário Dick, Flávio, Clóvis (este o maior de todos, meu ídolo), Casali, Camilo e tantos outros, orientados e treinados pelo tio Marcelino Cassol, que além de ótimo treinador, foi o 1º presidente deste clube cinquentão. Aos poucos, com o passar do tempo, além de torcedor apaixonado, passei a fazer parte das equipes de base como jogador. Com 14 anos de idade joguei na equipe Infantil do Botafogo, time treinado por Sabino Bonfada, também um grande desportista e uma grande pessoa e um dos fundadores do Botafogo. Lembro que daquela equipe fazia parte o Nego Cereser, o Eduardo Callai (grande goleiro), o irmão dele (ponteiro direito), meu primo Guto (jogava muito), e tantos outros. Era um timaço. Lembro de um Botal na Baixada que vencemos por 5 x 1 e eu fiz 3 gols. Em seguida fui para o time juvenil e com 17 anos, depois de ter sido campeão varzeano de Três de Maio pela S.E. Rocinha, fui lançado na equipe principal do Botafogo pelo técnico Camilo Kehrwald num jogo contra o São Luís de Ijuí, no Estádio Municipal, entrando na ponta esquerda no lugar do Paulico Tomasi. Em 1971, com 18 anos, participei pelo Botafogo da campanha da Primeira Divisão deProfissionais. De 1972 até 1976, saí para estudar em Santa Maria e não participei das campanhas destes anos.A partir de 1977, retornei ao Botafogo e joguei até o ano de 1986, quando passei a fazer parte da equipe como preparador físico. Nestes 10 anos seguidos como jogador fui campeão estadual em duas oportunidades, em 1980 e 1985. Com muito orgulho lembro deste títulos, sendo que na campanha do tricampeonato em 1980, fui o goleador de Estado, assinalando 25 gols. No dia 18 de março de 2010 o Botafogo completou 50 anos de existência. Quero dizer que a festa preparada pela Diretoria atual, junto com o grupo de Veteranos, foi maravilhosa. O trabalho de todos que colaboraram foi muito importante, mas gostaria de destacar o trabalho feito pelo mano Guido José Cassol, incansável na dedicação para que tudo desse certo, autor da letra do Hino do Cinquentão Preto e Branco e criador do blog onde está registrada esta linda história do Botafogo nestes 50 anos e que, se Deus quiser, outros 50 anos virão...porque esta chama não pode se apagar jamais. Foi maravilhoso e emocionante rever e abraçar pessoas que fazem parte desta linda história de 50 anos. Abraçar ex-dirigentes e ex-atletas e torcedores deste glorioso clube nos encheu de alegria e de emoção. Que coisa linda! Parabéns BOTAFOGO CINQUENTÃO! Parabéns botafoguenses dos mais distantes rincões! Parabéns a todas as pessoas que prepararam esta linda festa! Esta chama não pode jamais se apagar. Precisamos cantar e dizer sempre como está no hino: PRETO E BRANCO ATÉ MORRER!
Abraços a todos
Helio Cassol

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